Corríamos
contra os corrimões
emaciados do
tempo.
Atirávamos
os corpos sem
sentido
contra os paredões
da loucura.
Atravessávamos
as ruas vidradas
no desencontro
das luzes.
E sabíamos
jogando as mãos
contra paredes
do luto transversal
que não incomodava
das proezas
avocadas em logros
da angústia do
vazio
trespassando o
sono em contínuas sessões.
Fomos
sem termos noção
das estradas andadas
sem sermos reféns
a não ser
de nós mesmos.
Andámos
no sargaço ao
acaso
nas ondas e marés
que se compunham
graças aos dedos
salgados
e à indomável
estrutura da vontade.
Hoje
em retrospetiva
ao menos
sabemos disso
tudo.