Depois de amanhã.
No casual
desencontro com a história
fiquei de cerzir
as costuras do tempo
sem o medo
capataz que o consome.
Não foi
adiamento.
Fiquei à espera
de oportunidade loquaz
em vez de
apressar os sentidos
contra o estrepitoso
acidente em contramão.
Contra os
sapatos gastos
movi as influências
que pude:
deitei fora
vitupérios
constantes
o embaraço dos
outros
torres de marfim
destituídas
um compasso
datado
o perfunctório mergulho
no poço perdido.
A lisura da lua
acesa
disse
que não podia
adiar o adiamento.
Se os mastins
esfaimados não se importunassem
com a míngua desassisada
as veias teriam
resgate ao seu sobressalto
e eu podia
arregimentar um módico de planura
entre o
alcantilado das serranias bravas.
Tropeço em
pedras venais
e, todavia, não
mercadas.
Não perco o
prumo.
Contra as marés
dominantes
levanto o mastro
ufano
de quem não
esconde feitos havidos.
Já ensinam as
vozes avisadas:
a falsa
humildade é a grotesca vaidade
onde tudo se
consome num estertor inadiável.
Depois de amanhã
ainda vai a
tempo.
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