Não é
pelos punhos de renda
que o pugilista semeia encanto.
Nele
não
há nada que frua
encanto.
O pugilista sabe
do desvio no septo nasal
– ossos do ofício,
ou apenas um desleixo
de que ficou credor.
As mãos
calejadas
devido aos ossos do ofício
(as mãos
que já não vestem luvas acolchoadas)
mapeiam as rugas do rosto
enquanto os olhos se demoram
nos troféus
pendidos
nas fotografias louvando vitórias de antanho.
O pugilista
atirado pela solidão
para o exílio
da cama
não
consegue verter as lágrimas
encomendadas.
Os ossos do ofício
emparedaram as lágrimas
na barragem que o sitiou.
Ao menos
a solidão
não magoa.
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