20.5.17

Casa grande

Abotoo o sono,
ancorado às promessas diuturnas,
arranco aos ossos a matéria centrípeta
e alinho com o caudal do dia.
As raízes secas
corroem o ar húmido a destempo
e não se sabe
quando chega o entardecer.
De memória, tenho nos bolsos
o tesouro datado
o frio por dentro do Verão
o ronronar de um gato
o rio nascente
e o apetite ávido pelas paisagens
onde cresce o desejo pelo mundo.

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