Embebidos
espíritos de pertença
na
proteção dos da casta
– oh!
louvável sacrifício
generosidade
desarmante
desde os
primórdios da gesta
em meneios
arcanos
o círculo
restrito em ciclo vicioso
– e aos de
fora,
o cilício
ou uma
cápsula de cianeto
com o selo
da exclusão.
Arautos da
identidade
areópagos
da coletiva pertença
emulsionam
as probidades da casta:
pois pertencemos
sempre a algo
e o algo
que é titular nosso
é nossa
garantia de réditos fartos.
Proclamam
as figuras venerandas,
mostruários
da gesta assim protegida
num enredo
não só semântico,
que as
prebendas provam o fático suco
da
pertença assim assinalada.
Ai de quem
invetivar a irmandade,
ó
canhestra ousadia,
que logo
os mastins se soltam em iracunda caça
para devolverem
os predatórios ao ultraje
de onde
não deviam ter permissão para sair:
o dedo
apontado,
o supremo
opróbrio
caindo
sobre seus humilhados dorsos
e o
isolamento sem remissão.
Não sem
findar a questiúncula
com pejorativo rótulo pespegado aos dissidentes
aos que o
topete tiveram
de blasfemar
contra a irmandade:
“sociopatas”.
Juntando,
se a
preceito vier,
julgamento
sem pronúncia em oposição
sobre
os maus
hábitos
as más
companhias
as más
palavras
as más
decisões
a má
estética
mas
sobretudo
sobre o
infortúnio da sociopatia.
Rematam com a
comiseração
que têm por própria dos generosos
abrindo a
porta da irmandade
(com a
condição prévia da desculpa humilhante)
aos tidos
por tresmalhados.
Ah!
prendada
longanimidade dos confrades
auto estetas
da irmandade
assertivamente
adivinhando
o
interesse dos proscritos
em deixarem de o ser.
Escapa-se-lhes
a irremediável condição
autistas
eles,
irremediáveis
também,
não
sabendo
que a
sociopatia é imorredoira.