21.1.18

Ciência

Falo pela minha alma
em nome de um inventário
bebendo do cálice singular
os versos abrigados
que um nome intruso compõe. 

Acerto com a janela
o repasto angariado
e procuro na lua garrida
os nomes esquecidos. 
Oxalá
sejam as cores atiçadas pela manhã
como juras seladas em notário:
um aparatoso desfiladeiro
as palavras untuosas como desafio
ínfima lente ocular
curva sinuosa a meio de um rosto. 

A minha alma fala por mim
entoando lentamente todas as sílabas
no frutado sabor da boca
que ensina os nomes que importam. 
Contra os presságios do mar
desmentindo as catedrais mitómanas
no verbo farto
no leito dos carnudos lábios.

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