À entrada
da torre
ninguém discerne
ser de Babel
onde as
forquilhas levitam
sobre o
transido,
fatigado
dorso
e não há água
que chegue
para a
sede de todos.
Outros
afivelam
(todavia
sem saberem)
suas caixas
de Pandora
uma bigorna
mastodôntica
arqueando-se
nas vértebras sacrificiais
dos seus
próprios fautores.
O véu
confunde-se com a sombra
adulterando
o imoderado cabaz
onde frui
uma miríade de saber.
Não de
saber-ciência
mas de
saber-saber
a candeia
sem embaraços na rarefeita noite.
Oxalá pudessem
os olhos
prevenir contaminações
as alavancas
enferrujadas que esbarram no chão
e ditam o
retrocesso nos tempos
aos meãos
tempos possivelmente olvidados
ou possivelmente
apenas fermentando.
Maldita dicotomia
entre o querer
e o não poder
amaldiçoados
sejam
os
impreparos da desrazão.
Que importam
as caixas
de Pandora
ou as
torres de Babel?
Incineradoras
implacáveis
reveses fadados
à dor
insentidas
elucubrações,
estéreis
Condenadas
a malograr o ser.
As espadas
desembainhadas
deviam
estar no ponto de mira
das caixas
de Pandora e das torres de Babel
as mais
autênticas masmorras
onde,
prisioneira, morre à sede
a vontade.
Não possam
as torres de marfim
tornar-se
caixas de Pandora.
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