O véu
transparente
arroz apanhado
no restolho do vento.
A cortina
sem embargo
penhor do
silêncio forte.
O astuto
mel silvestre
sementeira
da voz contundente.
A cintura
cinzelada
música desembainhada
no rio venal.
As mãos
atiradas à parede
tinta voraz
das vozes augustas.
Os pássaros
calados
desenho do
firmamento visível.
O desejo
sobre as fronteiras
válida
escritura na gramática dos corpos.
Um gato
espreguiçado
no telhado
soalheiro da casa deserta.
O próximo
chapéu
esteira
estendida no alpendre apodrecido.
Sereias
sem corpo
piscina
estiolada no vapor do entardecer.
O sexo em
rebuliço
oposição aos
tamancos sonoros das madrastas.
A
indisciplina esquartejada
limo boçal
dos sacerdotes indistintos.
A perda
feita órfã
nos barcos
que ganharam à maré.
O tabuleiro
sem regras
dados queimados
na fogueira do eclipse.
O poema
circunstância
súmula das
semânticas cobradas.
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