Hoje há belo
– ou hoje é belo,
uma das duas
ou as duas,
se possível for.
Do belo em matriz
parafuso da estética
– e não venham dizer
em despeito
que desinteressa a estética
e que têm apuro
as temperanças escondidas
no ladário das almas.
Hoje é belo
porque há belo
e o belo
de belo o ser
Irradia-se, benévolo,
e torna belos
os seus em redor.
Hoje é dia de belo
e a linhagem estética
não fará grande mal
a almas entreabertas.
Mas se do belo houver
quem apenas se consinta em sonhos
não deixa de belo o ser
pois que sonhos há
que são a nata arrancada ao belo.
Hoje é dia de belo
e não quero
que o olvido tome conta
de um dia assim
de tão belo ungido.