20.7.20

Retribuição

Qual é o diâmetro

da nossa fragilidade?

É o medo 

que embalsamamos

no mecenato da loucura. 

 

Qual é o cianeto

do nosso abismo?

É o telúrico ritual 

que bebe nos costumes

em incontroversos verbos. 

 

Qual é o bónus

da nossa grandeza?

É o testemunho desembaciado

as sílabas terçadas em murmúrio

o colossal empenho em dias soturnos

o marasmo que derrotamos

em vigílias que não disfarçamos

antes que 

a fragilidade

o medo

a loucura

o abismo

e a moral

sejam nosso ergástulo.

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