Entranha-se
este visco pútrido,
a banha sem cobra,
que desfila na fala dos insignes
como se deles fossemos devedores
e seu sangue fosse de ouro
e as nossas veias
esgoto de seus dejetos.
A lapela não enjeitada
fornece vistoso miradouro às comendas
que os galões ou são ostentados
ou sobram para o residual conhecimento
e estes estéreis pais de todos nós
definham se lhes for omisso
o reconhecimento.
É como se vivessem para fora de si
(e fora de suas comarcas)
e eles a varanda
a que os demais devem repetidas genuflexões
pois na sua carência ficaríamos devedores
de um atraso de civilização.
Ufanos e jactantes
ensaboam-se em prosápia colossal
que de sumo verte um nada,
sentados na volumosa pedra estatutária
de onde dizem dimanar seu escol.
Os tolos restantes,
cerces de pontos cardeais,
ou apenas vulgarmente distraídos,
idolatram as relíquias
e contribuem
(sem saber, talvez)
para o legítimo retrocesso.
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