Os campos contestam
o estado derruído dos dias constantes
em sua galharda harmonia
como se terçassem uma independência viril
contra o remoço dos apavorados meãos
que de seu nome tinham artesãos.
Se ao menos
o entardecer não se diluísse
na centrifugação dos verbos hábeis
e os melhores cuidassem do inventário do dia
haveria um travesseiro idílico por passagem
o troco certo contra a incúria
e ao pedestal viriam os magos sem disfarce
a porosa alquimia em remédio falante.
Bicicletas roubadas falariam pelos despojados
uma gramática sem padrão
numa compilação de casas avençadas.
O líquido recorrente
(incógnito)
atravessa uma meada dos campos
sem os destruir.
Não havia modo de importunar
o válido dizer em sua fala muda.
Os dados ultrapassavam o tabuleiro
e alguém protestava
contra o viés das regras
como se fôssemos todos ingénuos
e soubéssemos
que os códigos
são um diletantismo de um punhado
só por si
sem serem à prova de dissidências.
Não adornava a feição desconfiada
a meio do periscópio emergente,
o incansável feitor das obras sem gasto;
ele sabia
como era povoar o silêncio
com palavras desarmadilhadas
o vício imaterial escondido
em rostos impassíveis.
E mesmo assim
desemparedava as janelas promitentes
à espera de um luar modesto,
à espera
de um frémito apalavrado
no mosto da manhã
sobrepondo-se ao farto ciciar
dos pássaros
que selam a alvorada.
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