O copo meio cheio
antecipa
o meio vazio por desenhar.
Não se diga
do feito por fazer
que feito está
que os mandatários incisivos
cuidam de o destratar.
Se a fuligem não fosse um restolho
ou à varanda do entardecer
não se estreitasse o ocaso
dir-se-ia que o projeto se afidalga
na desistência do fulgor.
Dir-se-ia
no veludo da fala com esmero
que não foi por mal,
nunca foi por mal:
à última hora
a evocação da força maior
o distrate de toda a responsabilidade
o eco perdido na garganta granítica
onde
a esforço
se torna caudal
o rio ainda pueril.
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