21.7.20

Force majeure

O copo meio cheio

antecipa

o meio vazio por desenhar. 

Não se diga

do feito por fazer

que feito está

que os mandatários incisivos

cuidam de o destratar. 

Se a fuligem não fosse um restolho

ou à varanda do entardecer

não se estreitasse o ocaso

dir-se-ia que o projeto se afidalga

na desistência do fulgor. 

Dir-se-ia

no veludo da fala com esmero

que não foi por mal,

nunca foi por mal:

à última hora

a evocação da força maior

o distrate de toda a responsabilidade

o eco perdido na garganta granítica

onde

a esforço

se torna caudal

o rio ainda pueril. 

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