27.7.20

O nada desarmadilhado

Ao nada

tiro a rolha

e um aluvião

bolça, fértil

sobre 

as costas dos aziagos.

 

As facas afiadas

serpenteiam

sem algozes serem

sobre o diuturno nada

retalhando-o

mal se mostra

no lagar da distração.

 

E do nada

um açude façanhudo

hasteia-se

a provocação diletante

e ao nada retesado

disparam as fendas

na iminente largada

da abundante fecundidade.

 

Diziam

ao nada

não ser de temer

nem que se fantasma 

se pusesse:

se do nada se sabe

ser o seu avesso

matéria bastante

para de um golpe certeiro

estilhaçar o nada.

Sem comentários: