10.7.20

Desoperário

Amolecem os mercadores 

antes que sobejem as invetivas

ou o marasmo sem chave de segurança.

Os nós atam-se na fortaleza

e somos nós que os desembaciamos

com a ajuda de uma matinal neblina,

o sucedâneo da massa consistente,

que tem mais poderes do que uma batina.

Não é lavra ser engenheiro

nem os planos exigem matemática forense:

projeta-se o entardecer 

no relvado de que é sobranceira a varanda

e a pauta fornece a música 

sem critério.

Oxalá não seja tarde

e que as engrenagens

não sucumbam à ferrugem

para ser marinheiro em praça forte

e do livro empunhado

legar 

em voz exata

um poema nada homérico.

Sem comentários: