Caminhava em círculos.
Com o jornal
como anteparo do braço direito
(não fossem escapulir as notícias do dia).
Uma só nuvem tingindo o céu
e o sol desembaciado
enquanto a paisagem se fazia,
paisagem.
Os círculos andados
não seriam andadura recomendada,
não fossem enquistados pelos passos meus.
Num momento irrepreensível
(parecia
uma epifania,
mas não
podia
atenta a
minha descrença)
uma centelha caiu dos céus
aterrando à frente dos meus sapatos.
Abriu-se uma fenda medonha,
funda
exalando um cheiro pestífero.
Certamente,
convite
para desimpedir os círculos demandados
na antecâmara de uma possível mensagem
subliminarmente deificada
(não
fosse a impossibilidade
vertida pelas
descrenças).
Percebi tudo.
Não podia continuar a caminhar em círculos.
As ruminações
pertencem a bestas de outro jaez.
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