5.12.16

Defenestração

Intuía o sindicar dos passos atravessados
sem demanda minha
ou sequer postulados simétricos,
o manto da legitimidade.
Devia pétalas infundadas ao devir
(talvez)
como se o anoitecer viesse prostrado
entre limbos nas mãos de demónios.
Havia pontes abertas
janelas sem vidros
um céu sem nuvens
o mar surpreendentemente estacionário;
e, todavia,
na representação dos coiotes diligentes
formosas molduras dos valores
(sem que ninguém perguntasse pelos valores)
rumavam às fotografias órfãs.
De nada valeria a sindicância.
Não havia nada para sindicar.
(Por muitas as desencomendas
destinadas aos vulcões fumegantes
onde consumições variadas teriam
defenestração.)

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