2.12.16

Dezembro

Haja dezembro
e todos os provérbios inventados
enquanto a chuva molha as ruas
e pessoas pesarosas
gemem pelo estio distante.

Haja dezembro
na sua baça luz
no rogo das crianças pelo natal demorado
nas castanhas que boicotam o frio
nos frutos secos
(um estalido a preceito na boca sedenta).

Haja dezembro
exílios dentro de cobertores
medo das ruas desalinhadas pela tempestade
pessoas sem réditos que rapam os fundilhos
para estarem à altura do Natal.

Haja dezembro
e a espera por um janeiro
mostruário de um sol generoso.

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