10.8.17

Da paciência

Espera
a espera que demora
na demora do tordo anónimo.
Na espera
sem marujo
embarcação fantasma
fundeada na doca-seca.
Como se nadassem em seco
gaiatos desvairados
e os gatos vadios
dançassem em correrias anãs
com medo de perderem os bigodes.
Dado o universo
como medida da pequenez
não importam as esperas
que a espera traz à espera
um módico de consistência.
Ainda há
quem lhe chame
paciência.

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