Palavras
às
braçadas
na absoluta recusa do silêncio
estocada certeira
no húmus
da solidão.
Autênticas ou distraídas
sorumbáticas,
talvez,
às
vezes alinhadas com o pesar dominante,
vezes outras insubmissas,
sempre frontais
cruas
mas palavras mastros
muralhas do sono justiçado
palavras nuas
com a cor do mar
transparência
lídima,
mas palavras.
Cimento duradouro
tirando as teimas aos fungos timoratos
que cobrem as vidraças com baça cortina
no desencontro do relógio com o tempo.
O emudecer do rosto
um punhal ilegítimo
que
locupleta os serenos desenhos
por onde se deita
o corpo cansado
o corpo
à
espera de triunfal desembaraço.
Nadando num mar de palavras,
tantas
que da fartura não há de sobrar
sobressalto na escolha.
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