Manifesto:
desando dos
luares cerimoniosos
à colheita dos líquenes
sofismados
e apadrinho as
roças aprumadas
no sul ermo.
Aproveito:
os murais
encardidos
e de olhos
fechados
arborizo
estrofes avulsas
caiando os
murais.
Percebo:
quatro são as mãos
trémulas
tirando alvura às
páginas
em gorjeios
militantes
na rosa-dos-ventos.
Concebo:
o estio
amordaçado
fadas furtivas
vindas do mar
estantes vazias
e um velho
inerte de olhar perdido
enquanto bebe o
tempo pérfido
à frente do mar
como se esperasse
que as furtivas
fadas congeminem novas.
Lembro:
lugares que
foram partida
noites sem sono
luzes aspergidas
ao acaso
a inverosímil redenção
tempo sem pressa
tempo fugitivo
a imensa
constelação de rostos
a as quatro mãos
entrelaçadas
fazendo tudo
isto naufragar
no repouso do olvido.
Sem comentários:
Enviar um comentário