Do império das ilusões,
onde medram os iconoclastas do fingimento,
irradia o úbere que parece não ter fim.
Não sabem os apóstatas
que ludibriam a grelha das leituras,
que sem o trivial mandamento dos ardis,
sem a contínua miragem
que desfila na vertigem do descontentamento,
não derrotam o umbral da irrelevância.
Dantes
enganavam-se tolos com bolos:
quase todos
tinham uma cortina baça
a travar o entendimento,
e suseranos demoravam-se
na inércia dos demais.
Hoje
só mudou a espessura da cortina:
o teatro das ilusões acostuma-se,
vem à cena dentro de outra cena
mais geral,
numa intempérie
disfarçada de interminável estio,
e suserano é quem,
da empreitada de convencer os comuns
que um direito geral
a uma constelação de direitos existe,
se saldar com distinção.
Agora
é dever instruir os tolos que não são tolos
(um dever com serventia de um direito geral).
Fica mais fácil
enganá-los com bolos baldios.