Não é da fazenda puída
que contam os dedos válidos
nem da cruz alvoraçada
que se terçam mentiras.
Que se emalhem os pertences
(não há equívoco,
caro leitor:
o verbo é
emalhar)
no episódico insurgir da maré,
não por acaso chamada
maré-viva,
que o ponto de cruz
emoldura
para memória futura
os estragos da viva maré.
E depois
não há quem inquira
por que sortilégio do idioma
(ou distração dos peritos)
a uma maré destas
assim devastadora
se chama
maré-viva,
se tantas vezes o que espalha
é morte.
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