Sento-me no vão do silêncio
onde o vulcão se ri das fronteiras
e nenhum passaporte tem validade.
Sento-me à porta da falcoaria
onde as facas estão líquidas
e o vinho se desimpede
na fermentação ávida do jogo
com desregras.
Sinto o medo a ecoar na boca
as suas sílabas arrastam-se
como portões enferrujados
que se desenjaulam da maratona do fogo.
Sinto que cavalgo no silêncio
e dá-me preço para ser testemunha
de um outro silêncio desautorizado
o modesto encargo
do silêncio
que atraiçoa o silêncio estrutural.
Sem comentários:
Enviar um comentário