A instauração dos desmodos
não se afivela na transgressão
onde deixo de saber da mão certa
e, rebeldes, as palavras habitam
diferentes lugares.
Podia reinventar a pontuação
mas não é apetite que me dê;
deixo ao sufrágio sem nomes certos:
a vigilância sem ordem.
Sei
de viva voz
(a minha, modesta)
que no bairro alto
habitam as páginas desamestradas
os lobos escondidos do dia
poetas sem armadura
nem segredos.
Povoam o mais alto bairro
em marejados pregões
despindo a camisa mesmo sendo inverno
chamando um novembro quimérico
– ou então
deitando-se
ao implacável escrutínio das massas
enjeitados
como amantes da loucura,
irremédios,
marinando no fino recorte do entardecer.
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