Matéria-prima:
o azulejo apessoado
por dentro do olhar antecipado,
em estrofe tutelar
do provérbio em deserção.
A voz do xilofone
ouve-se ao longe.
O murmúrio da multidão
também.
As sílabas sobrepõem-se à maresia
em combate terçado sem gente
apenas no sortilégio das palavras:
das palavras que se embebem
no mar demiúrgico.
Umas,
malditas,
aventuram-se
como primas da matéria fulcral;
outras,
mal ditas,
oferecem-se ao ultraje dos ínscios
e constituem-se desperdício,
tumulares.
Os ladrilhos
tocam ao de leve com os dedos
nos olhos extasiados dos forasteiros.
Os nativos,
distraídos,
são os forasteiros
de sua própria cidade.
Não sabem
do paradeiro dos azulejos.
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