23.12.20

Open space

Havia um número

(escondido)

que tinha o rosto

da tolerância.

Mantive-o em segredo 

 

– e não foi por gula

ou egoístico bem-perder:

 

queria que esse número

fosse da minha lavra

sem o avesso da linguagem cifrada

nem a pretensão desilustre 

dos marçanos sem roda.

Um número,

privativo:

diamante desencontrado

na floresta de números

nem primo nem esteta

nem estulto nem primacial.

Só um número anunciado,

mas sem revelação,

espaço sem limites

dicionário à espera de apeadeiro;

sangue que se encontra

por dentro de mim.

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