Havia um número
(escondido)
que tinha o rosto
da tolerância.
Mantive-o em segredo
– e não foi por gula
ou egoístico bem-perder:
queria que esse número
fosse da minha lavra
sem o avesso da linguagem cifrada
nem a pretensão desilustre
dos marçanos sem roda.
Um número,
privativo:
diamante desencontrado
na floresta de números
nem primo nem esteta
nem estulto nem primacial.
Só um número anunciado,
mas sem revelação,
espaço sem limites
dicionário à espera de apeadeiro;
sangue que se encontra
por dentro de mim.
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