Levanta-se o termo em volta da penumbra:
a manhã está pronta.
Desembaraça-se a luz,
ao início presa às amarras da noite,
autorizando os matinais percursores
na inauguração do dia.
Não há nada a dizer da rotina.
As pedras do cais
são sempre frias e húmidas,
mesmo quando o Verão está no auge.
O que será
dos que rumam contra a maré
e, noctívagos,
viram o tempo do avesso?
Dirão de sua rotina
ser uma rotina
no avesso da rotina
dos que são seus antípodas
– uma fortuna ao acaso,
como qualquer outra.
Não se fale de rendição
nem de perspicuidade.
Os lados dos dados não mudam
com um aceno da vontade.
Em vez da angústia,
a aceitação da rotina:
é uma prova de vida,
um ermo.
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