1.3.22

Correria

Correria num estreito labirinto

na correria desenfreada de quase todos

e nos lampejos de loucura

desenharia a lucidez desamparada

contra os fulgurantes sábios de si mesmos.

E na desalinhada pele destatuada

diria os versos arrancados aos ossos

por dentro de um limite sem marcos geodésicos

ou balizas estertores.

Correria na correria de um só

no plúmbeo areal escondido das esquinas 

afocinhadas no braço

e de resto

contra todas as probabilidades

daria conta das contas sem conta no fim.

Depois da correria

diria ao corpo cansado

para se exilar nas paredes húmidas da noite

onde o luar se engana com tolos

e os versos tropeçam em páginas preenchidas.

Até a correria ser parecida

com um moinho de vento

e às sereias alinhadas no cais

vozes de vultos fossem avoengas prescrições

contra os impropérios da distração.

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