Cortam-se as sílabas no invólucro do medo.
A fala intumesceu
e as palavras assoaram o ranho
dos dias pesarosos e lamentáveis.
As armas falam pelos corpos.
As águas poluídas são o mosto dos dias farsantes.
O desalento levanta-se na roda-viva do tempo
à espera dos provérbios roubados
e da insídia que coloniza
a geografia dos Homens.
As cores foram anestesiadas
e até o tempo não se terça
a propósito dos arco-íris.
Temos medo do amanhã.
Temos medo
do que nunca deixamos de ser.
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