É um acaso
a porta opaca
escrita com a maresia.
Sobram os olhares
uma sombra de xisto
sentada sobre os socalcos
a desafiar o tempo.
Um acaso
e por nada que seja
provável
ensinam-se as páginas decorativas;
se não se hasteassem
tantos
no entanto
desertas ficariam as perguntas
e à maré entediada
seriam conferidos os saberes
afastada a humildade metódica
e a matemática precisa.
Pela porta fundeada
o basalto cimeiro
dá um ar de sua graça:
o chão limpo
é o passe social para desfeitear
a soberba
– e, no entanto,
ninguém desiste
de dar segunda hipótese
aos prováveis fautores
de tantos caminhos sobrepostos.
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