Sexto sentido:
as covas da estrada
desamortecem os contratempos
em que se prevê o tempo por andar.
Vão as janelas, os contemporâneos:
assustam as nuvens malvadas
que fazem coro com a tempestade,
sabem que forte é a sua têmpera
quando porfiam contra o mar levantado.
O corte válido
é aquele que resgata os sentidos
que nunca chegam a ser velhos.
Se o fuso horário não enganar
e o rio arrematar a nostalgia dos forasteiros
das barcas trôpegas desembarca
uma gesta de virtuosos,
aqueles que trazem no bolso
resposta afivelada para qualquer pergunta.
O miradouro tira as teimas:
no lugarejo conhecido como mentira
desaprovam-se todas as palavras.
Mal se desencanta um lugar assim
que toma as dúvidas por mentiras
e isenta de culpa as mentiras que o são,
legítimas.
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