Virada a pele do avesso
um desassisado vulcão
de frente para o precipício
sem rastilhos por atear
sem outras partidas
a servir de cais.
Do avesso
em vez de avulso
a lareira dentro da boca
e a incandescente tocha à espera de erupção
domando o sal que vem com a manhã.
Avesso me encontro
às tágides como trovoadas
inspiradoras que inspiram um avo
antes que sejam fermentadas
pelo efémero que não entra no dicionário.
Ao vaso centrípeto
onde o sangue se deslaça
e tudo deixa de ser ontem
a pele avessada deixa de ser
em bordões de carne sem prescrição
a teimosia que derrota os mastins sem rédea.
E de volta do avesso
a pele desembaciada golpeia as uvas certeiras
antes que as abóbadas do apocalipse
sejam bilhete postal
antes
que as rodas desimpedidas sejam travejadas
no provável logro dos medos
na fatiada vida servida em fascículos
contra o princípio geral do bocejo
e a alardeada sinfonia
dos que vão de braços em baixo.
Para saber da pele
é preciso levá-la ao avesso
extingui-la das viciosas coleções dos dias
macerá-la no vinho frágil
que a torna a mais vívida fortificação.
Sem comentários:
Enviar um comentário