20.6.23

Titânio

Se nem por dentro dos sonhos

somos miragem

se nem na coutada da noite

bebemos da árvore centrípeta

se nem no luar ornamentado

subimos os degraus da maresia

se nem no coaxar das rãs

participamos na insónia;

se é no ousado dissidir

que somos 

nomes inteiros

matéria vulcânica ateada

braços de cepa audaz

noite sem vultos a adejar

os ramos frondosos de uma praia

enseada a aprender a falar o futuro 

– combine-se a procuração contra os agiotas

que não é de medo que se assanham as bocas

nem de uma alma venal aos olhos de suseranos

que falam as estrofes de titânio. 

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