27.6.23

Ângulo vivo

Da luz

a penumbra tatuada

a boca que toca na boca

dedilhando os lábios

evaporando o medo

nas paredes que encobrem a noite 

dando os dedos ao cicerone

e os poros às escuras

tornam-se 

candeia que toca o vulcão 

que toca o amanhã anónimo

que toca a carne em fuga

até que dos verbos não soubermos a cor

e nos sobra

fogueira que sabe à lava que falamos.

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