22.6.23

O velório das farsas e outros quinhentos sobre o futuro

Dita o fogo ateado na carne

o modo de sobrevivência

 

(e não se fale em sobrevivência por acaso,

se é um estado acima da vida).

 

Ontem 

dizia-se que dantes 

é que era bom

e-não-sei-que-demais-lamúrias

mas isso era 

porque nada era o que se sabia

sobre o futuro. 

 

O fogo que se promete 

é em piras futuras

e aquele há demandado

agonia no caudal das memórias

a funda espada 

que dilacera o que sobra 

do frescor que se esvai. 

 

E não se prometam elixires 

que disfarçam a madurez

ou a farsa da decadência emulsionada

a menos 

que as ilusões 

sejam o império por diante.

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