Nos despojos
a tutela da tempestade
o árido silêncio do medo
ou apenas
a exaltação dos elementos
um aval da imoderação
em sucessivas marés-mais-que-vivas
ou o beijo da morte
disfarçado de beleza incontinente
e nós,
colhidos pelo feitiço,
juntamos à tela
a gramática do exagero
o fingimento do medo
a atribulada desconfiança da matéria
contra as juras dos mastins
contra a indelével marca do tempo
os escombros esculpidos na maresia
em farsas atestadas pelos artesãos.
Não anotamos o vocabulário
que de tanto uso
se extingue.
Deixamos
que o medo soluce
convulsivo
como se fosse
o seu próprio medo
e metemos pelo meio o arnês
o fiel depositário dos outros.
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