Tenho nas mãos
as flores sem sangue.
Tenho aos pés
as vozes párias.
Trago no olhar
os medos extintos.
Trago na memória
as manhãs vagarosas.
Tenho
no magma da alma
as palavras armadura.
Tenho
no lugar da maresia
a nitescência das mãos inaugurais.
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