8.11.23

Paralelo 66

Tenho nas mãos

as flores sem sangue. 

 

Tenho aos pés

as vozes párias.

 

Trago no olhar

os medos extintos.

 

Trago na memória

as manhãs vagarosas.

 

Tenho 

no magma da alma

as palavras armadura.

 

Tenho

no lugar da maresia

a nitescência das mãos inaugurais.

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