22.11.23

Vadios

Papagaios famintos repetem estrofes

sereias sem dote aproveitam-se da maré

um meteorologista angustiado jura o medo

a maresia subleva-se contra a manhã timorata.

 

Distantes cangurus bolçam intoxicações 

bombeiros insones passeiam a farda encardida

generais covardes fogem das más companhias

gatos que deixam de ser vadios miam por companhia.

 

Candidatos à indiferença erram na estação 

autodidatas dispensam livros para a ciência

tutores de costumes adiam arsenais corrompidos

cultores amoedados rapam arrogância de bolsos.

 

Ativistas amestrados perdem-se no labirinto

narizes narram aranhas e espirram alergias

almirantes esposados pela ira posam urros 

as boas maneiras ficaram à porta dos estultos.

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