Papagaios famintos repetem estrofes
sereias sem dote aproveitam-se da maré
um meteorologista angustiado jura o medo
a maresia subleva-se contra a manhã timorata.
Distantes cangurus bolçam intoxicações
bombeiros insones passeiam a farda encardida
generais covardes fogem das más companhias
gatos que deixam de ser vadios miam por companhia.
Candidatos à indiferença erram na estação
autodidatas dispensam livros para a ciência
tutores de costumes adiam arsenais corrompidos
cultores amoedados rapam arrogância de bolsos.
Ativistas amestrados perdem-se no labirinto
narizes narram aranhas e espirram alergias
almirantes esposados pela ira posam urros
as boas maneiras ficaram à porta dos estultos.
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