O sangue confundia-se com lágrimas.
Os derrames vertiam cicatrizes
a pele era asfaltada
por tatuagens involuntárias.
Há quem solte o freio da angústia:
não sabem
ou não admitem
que a angústia
não é tão imediatamente involuntária
como as tatuagens herdadas de cicatrizes.
Despojam-se
como se dessem autoridade à comiseração
e precisassem da tutela dos apiedados
para baixarem a temperatura da angústia
sem tomarem conta do periscópio
que previne que se deslacem do exterior.
Afocinham
numa mistura putrefeita
de sangue e lágrimas
e adiam o cais metodicamente generoso
que pavimenta a dança sem regras que precisam
para não serem reféns
dos seus próprios ardis.
Sem comentários:
Enviar um comentário