21.11.23

Oxidação

A infâmia

não nos persegue

não se faz nome nosso

não nos culpa 

por uma gramática mendaz. 

 

Tiramos uma carta ao acaso

os dados são atirados para a cratera

movemos a torre para a frente do bispo

sabemos onde está o sortilégio

só não sabemos como o podemos domar. 

 

É a meã condição

o confisco do ser?

É a dependência do vício

em sucessivas voltas olímpicas,

o campanário da decadência?

 

Arrastamos a página ensombrada

e não resistimos ao seu caudal. 

Oxalá houvesse dentro de nós

uma represa

e não fossem vícios

ou infâmias

a colonizar os dias eleitos. 

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