As rosas sangram o carvão fervido
desencontradas do vulcão amordaçado
procuram nas raízes a água módica.
Sangram a lava messiânica
dançando no viés das nuvens
enquanto há precipício para amar.
Lava o chão puído
a lava debitada da boca irreparável
no freio solto da língua aferroada.
Do chão falam os sepultados
o idioma tartamudeado entre vírgulas
dado ao suor noturno em vez de pesadelo.
Não houve elegia no planalto varrido a vento
os dedos cruzados suplicam cores extasiadas
e dos rostos intactos sobram áleas cumpridas.
O socalco esculpido deita-se no ocaso
as arcadas da noite quase juradas
no mercadejar silencioso dos artífices.
As contas que nunca são feitas
na conspiração de anónimos zeladores
deixam órfãs as dádivas sem manhã procuradora.
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