De cada vez a boca morde o mundo
estorva os logros arrematados no caudal invernal
absolvendo os párias alinhados na parada
em rima com o horizonte desembaraçado
que promete dias maiores do que espelhos.
Sou o mecenas literal que escolhe os baldios
a espada que se recusa a dilacerar
um ónus do avesso enquanto se cumpre a chama
as ondas revoltadas subindo o abismo adunco
um estaleiro inacabado que se não adultera.
Participo no afogueado despique de silêncios
atravessando as cordilheiras sem o espaço do tempo
cobrando a lava que amedronta pesadelos
na estreita enseada que não aceita embaixadores
antes que de mim façam etéreas cinzas
antes que seja um neto despojo
no alfabeto dos medos assinados.
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