A praça descansa no litoral da tarde
com o leve desassossego
de estudantes boémios
e a proverbial charla
entre os comerciantes vizinhos.
Antes que seja noite
antes que os estabelecimentos hibernem
deixando de fora a musculatura mercantil
que fica de véspera à espera
da ossatura dos clientes.
Nessa altura
a praça ganha direito ao exílio
os ladrilhos voltam a ser obra de arte
então sem ser agredida
pelo calçado dos utentes.
Da noite
a praça só tem o testemunho
do silêncio
que rima com a solidão
e não se importa com a descompanhia.
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