Todas as mãos são ecuménicas
beijam-se no avesso da lua
onde se encontram no atear da vontade.
Não se evitam
no lacustre evocar das calendas
pois mãos desse modo quase incestuosas
perfumam as convenções decadentes
com o pestilento unto que as desaprova.
Os murmúrios chegam para fazer uma voz.
Despertencem,
vagarosamente gastos
no diamante baço
roubado aos braços dormentes
adestrando coisas inverosímeis
que acabam na malha das possibilidades.
Pudessem os rios
nascer nas sombras dos rostos
pudessem alistar-se nos navios mercantes
e trazer vestígios dos lugares alcançados
só para os oferecerem
com a mão sabiamente estendida
até povoarem um sol da meia-noite
e serem caução de paisagens geladas
sepultando os abismos perpendiculares.
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