19.6.24

Seara dos ventos

Um adeus salgado

desaprova a melancolia.

A floresta funda

desamanhece os animais

os ramos ainda crepitando de sono.

Um filão esconde-se no silêncio.

Sujas são as águas

povoadas pela fala domesticada

reservadas num enquanto hesitante

como se fossem um robe matinal.

O orvalho escreveu uma estrada

e sei que não desfalecem 

os mapas autistas:

se seguir as mãos superlativas

elas levam-me à harpa

que enfeitiça a História.

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