Era um vulto
uma sombra
deformada
o esquálido lençol
caindo
sobre o vulto.
Tirava as
medidas ao sol
enquanto ensaiava
as demandas.
Pudesse ao menos
o medo
ser o rigor baço
do silêncio;
quem sabia
se as réplicas
em devolução
seriam medonhas
um apocalipse
sem freio
uma maré viva,
violenta
um mergulho inútil
sobre o decorrido
viúvas ideias
tateando cegas na escuridão.
Não reprimi mais
a demanda
esperada à boca de cena
antes que
apodrecesse na violada integridade:
“pergunta pelo meu nome,
pergunta pelo meu nome,
antes que seja tarde.”
Olhei
no contorno do
meu ser.
Podia ser que
houvesse alguém
a tomar entre mãos
a compungida
demanda.
Um viajante por
acaso
um nómada
cavalgando a poeira
um prodigioso
marçano
escapando entre as
gotas da chuva
o arco-íris,
diz-se, penhor da felícia
o jogo amparado
pelos ascetas mudos
um coiote
desinteressado, mas faminto
uma sereia fora
do lugar
artistas à míngua
de influência
devolutos
lugares prometendo gente
a gente inteira
possuída pelos seus nomes.
Não estava ninguém.
Era um vulto
e um espelho,
um espelho peça
sozinha na paisagem:
e o vulto
o retrato da
pessoa permanecida diante
do espelho.