Deixei
desapalavradas
as juras
mortiças.
Ajustei à
cintura
os vulgos destronados
da vulgata do
tempo.
Dei por mim
prisoneiro de um
céu terreno
no atribulado
leito de um sonho
desmedido.
Sem saber
(ou porventura não)
desalinhei os
despojos
os estados de
desalma
as purificações infecundas
as juras mortiças.
Desapalavradas as
certezas
sobrou a clareza
do nada
e nesse altar
desordenado
medrou o que de
mim veio ao luar.
Não cobro os
juros pretéritos
nem sou penhor
de aforros vindouros.
O vinho astuto
contenta-me
na improvável aposta
com os demónios
na liquefeita
demanda dos nefelibatas
sem ter domínio
das alcáçovas porfiadas
ou desenhar os
limites das juras
entretanto mortiças.
Há um clarão ao
longe
que perdura num pedaço
da noite:
quem sabe
do clarão vêm
devolvidas as palavras
do que dantes foi
desapalavrado
ou palavras
outras
hino sem ser
alçapão
estrofe impregnada
do ouro vivaz
balsa atirada ao
mar em convulsões
para a redenção sem
motivo aparente.
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