Aberta uma
garrafa
cumpra-se o axioma
sem irreverência
aos cânones:
bebemos
como bebemos com
fúria
a ossatura da
vida
e ela passa-nos
suave
no adoçado chão
que pisamos.
Não são as
voltas travadas que contam.
Não queremos sal
em vez de brisa
nem deixamos as
pedras assertivas
tomarem lugar
num trono
pois esse é o
trono que chamámos às mãos
o trono
desenfreado
de onde
congeminamos as artes que importam
raiz de um
património
onde somos um
abraço imorredoiro
onde somos
a irrefreável
força
junta na
imoderada casa nossa testemunha.
Aberta a garrafa
bebemos até ao
fim.
E sabemos
que a garrafa
esgotada
é o meridiano
das outras garrafas
à espera de serem
nossa coutada.
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