13.7.17

Invasores

Conquistado o dorso de castelo
já não suas muralhas
indiviso território.

Os profanos riem-se
com a generosidade dos iconoclastas
em seu cio contra deísmos atávicos.
Não sabem
os profanos em sua sobranceria
que podem os deuses
ser ilusão vertida
no pensamento fácil dos prosélitos
mas é sempre devido
o devido manto de esguardo
pelas crenças outras.

Dentro do castelo
experimentam os néctares desconhecidos
os sonhos inexperimentados
as medidas julgadas impossíveis
vários impossíveis.
É a prova dos nove,
dizem
vitoriosos
os profanos invasores.
Adestram invasão sem armas
invasão permitida pelos aldeões:
pode dar-se o caso
de os invasores saldarem a invasão
com a noção de terem sido eles
os invadidos.

É a prova dos nove,
advertem,
alarmados,
os mais desconfiados entre os profanos
com os braços caídos dos aldeões,
não seja a invasão
o ardil dos invadidos
para virarem o jogo do avesso
– e sem terçarem uma arma sequer.

Desta prova dos nove
ninguém tem oráculo.

Os profanos
em sendo possível prevenir
a escala indesejável da invasão
teriam preferido a inércia
(enquistando a heresia do ateísmo)
ou ousariam
o risco de serem convertidos
pelos deístas invadidos?

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